PENSAMENTO

Macapá (AP) – Quinta-feira, 16 de maio de 2024

Os efeitos das mudanças climáticas não podem mais ser ignorados

*POR MARCELLUS CAMPÊLO

As mudanças climáticas estão na pauta do dia e seus efeitos, embora difiram para cada região, atingem países pobres e ricos e as projeções para o futuro não são nada animadoras.
O aumento da temperatura no planeta pode ser causado por fatores naturais, porém, estudos científicos apontam a ação humana como principal desencadeador desse processo.
Os efeitos não podem mais ser ignorados. Temos o aumento acelerado do nível do mar, ondas cada vez mais intensas de frio e calor, incêndios generalizados e ocorrendo com frequência em países como os Estados Unidos, por exemplo, assim como grandes inundações, como as que aconteceram no ano passado na Alemanha e na Bélgica.

As alterações que já estão ocorrendo hoje, conforme alerta em relatório o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão de referência em ciência do clima no mundo, são apenas uma amostra do que está por vir.

Os pesquisadores acreditam que os efeitos tendem a se ampliar mais ainda nas próximas décadas, impulsionados na maioria pela intensificação dos gases de efeito estufa na atmosfera. As previsões são de enchentes e eventos extremos a cada fração de aquecimento na temperatura do planeta.
Hoje, as mudanças que atingem o planeta estão acontecendo com um aquecimento médio de 1,1°C em relação aos níveis pré-industriais. O relatório do IPCC indica que o mundo deverá atingir 1,5 °C de aquecimento nas próximas duas décadas. Limitar pelo menos a este nível e evitar maiores impactos depende de ações que devem ser empreendidas de imediato.
O IPCC é uma organização científico-política criada em 1988 no âmbito das Nações Unidas. A entidade congrega mais de 1.300 cientistas dos Estados Unidos e outros países.

As ações que devem ser desencadeadas em curto espaço de tempo, dizem os pesquisadores do órgão, incluem a redução nas emissões de gases de efeito estufa, uma interminável discussão entre os países mais ricos. Se nada for feito nesse sentido, o IPCC considera que o mundo pode atingir até 5,7°C de aquecimento até 2100.

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O combate às mudanças climáticas é o 13° dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para serem cumpridos até 2030. Nele, está estabelecido que é preciso “tomar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos”.
São 17 os objetivos globais definidos pela ONU e acordados por todos os países membros da organização. As mudanças climáticas estão incluídas porque ameaçam diretamente ao futuro do planeta. Podem gerar problemas graves, como a escassez de alimentos e água e o aumento da fome no mundo.

É possível mudar o rumo da história, com certeza, e a transformação passa por investimentos em energia limpa, mudanças na indústria, transporte e produção de alimentos, dentre outras áreas, para que seja possível manter as mudanças climáticas nos níveis propostos pelo IPCC.

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Calcula-se que somente em energia limpa o investimento público e privado deva ser de 1 trilhão de dólares por ano, até 2030. Parece muito, mas os estudos mostram que os custos da mitigação são bem mais baixos que as perdas em decorrência dos desastres que poderão ocorrer.
É preciso também diminuir o desmatamento, investir no reflorestamento e na conservação de áreas naturais, na redução do consumo de energia e na eficiência energética, reaproveitamento e reciclagem de resíduos, entre outras tantas iniciativas.
A decisão pela transformação é um caminho que não deve ter volta nem retrocessos. Salva vidas e economiza custos que serão gerados com os desastres sabidamente anunciados.

*Marcellus Campêlo é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de coordenador executivo da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgão que gerencia as obras do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus e Interior (Prosamin).

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